quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Roqueiros - A maior tribo urbana do mundo



Introdução

Michel Maffesoli nasceu em Graissessac, 14 de novembro de 1944, é um sociólogo Francês, considerado como um dos fundadores da sociologia do quotidiano e conhecido por suas análises sobre a pós-modernidade, o imaginário e, sobretudo pela popularização do conceito de tribo urbana. Foi aluno de Gilbert Durand, é professor da Université de Paris – Descartes ‒ Sorbone. Michel Mafessoli construiu uma obra em torno da questão da ligação social comunitária e a prevalência do imaginário nas sociedades pós-modernas. Para o autor o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas diversas redes, grupos de afinidades e de interesses, laços de vizinhanças que estruturam nossas megalópoles. A expressão “tribo urbana” foi cunhada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, que começou usá-la nos seus artigos a partir de 1985, e a expressão ganhou força três anos após a publicação do seu livro Le Temps des tribus: Le déclin de l’individualisme dans les sociétés postmodernes.

O individualismo é substituído pela necessidade de identificação com um grupo, aspecto verificado na moda, por exemplo, e que é reforçado pelo desenvolvimento tecnológico - televisão a cabo, computador, etc. Não se trata de uma nova cultura, mas de sua transformação, como aspecto decisivo deste final de século. O surgimento de grupos, de conjuntos musicais, esportivos e turísticos é apontado como característica dessas 'nova' sociedade. 'O Tempo das Tribos' trata a cultura não como uma consequência da sociedade, mas como um de seus aspectos mais importantes, pois é por meio dela que os indivíduos se posicionam socialmente.

O princípio de individuação, de separação, estes, pelo contrário, são dominados pela indiferenciação, pelo perder-se em um sujeito coletivo, o que ele chama de (Maffesoli 2006, p.38), “neotribalismo” (Novo tribalismo, grifo meu), que segundo o autor a sociedade é constituída por diversos tribalismos, que são eles: esportivos, hedonistas, religiosos, musicais, tecnológicos, sendo uma “comunidade emocional” ou “nebulosa afetiva” (p.39) que vai exprimir-se numa sucessão de ambiências, de sentimentos, de emoções típico da sociedade moderna de acordo com o ethos (éthos: conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, afazeres...) e da cultura (valores, idéias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou região), comunitário. O tribalismo refere-se, a uma vontade de “estar junto”, onde o que importa é o compartilhamento de emoções em comum.

2   Fundamentos filosóficos

Descartes (1596-1650) foi o primeiro filósofo moderno a escrever sobre a ética.

Na ética antiga, o ethos é autônomo frente às aspirações do indivíduo, ao passo que na ética cartesiana, o ethos é racionalizado por um sujeito pensante. Descartes abre o caminho para o “eu pensante”. No Discurso do Método, desenvolve questões que problematizam a reflexão ética “na proposição de uma morale par provision como norma de vida”. Em Kant, a ética filosófica atinge o seu auge: parte da concepção de um factum da moralidade, em que preconiza um sujeito individual, livre e autônomo.

 A “máxima” de seu postulado ético está no imperativo categórico: “age de maneira que possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”. Para Hegel, “o Espírito é o indivíduo que constitui um mundo tal como ele se realiza na vida de um povo livre”. O ambiente social está constituído por uma Consciência que postula seus valores normativos. Estes valores, compreendidos na autoconsciência, compõem os elementos “ditos” para um indivíduo, ou seja, o Espírito circunscrito numa dimensão social.

O pensamento iluminista elege a “razão” como o grande instrumento de reflexão capaz de melhorar e empreender instituições mais justas e funcionais. No entanto, se o homem não tem sua liberdade assegurada, a razão acaba sendo tolhida por entraves como o da crença religiosa ou pela imposição de governos que oprimem o indivíduo. A racionalização dos hábitos era uma das grandes ideias defendidas pelo iluminismo.
Os iluministas preocuparam-se em denunciar a injustiça, a dominação religiosa, o estado absolutista e os privilégios enquanto vícios de uma sociedade que, cada vez mais, afastava os homens do seu “direito natural” à felicidade.

A ORIGEM DO ROCK E AS TRIBOS URBANAS
O rock é um dos estilos musicais mais tocados e mais ouvidos em todo o mundo. Boa parte dos clássicos da música é de bandas de rock. O que muita gente não sabe é que o rock tem muitas vertentes diferentes. E para cada vertente há pessoas que adaptam o ritmo aos seus estilos de vida. Por isso, hoje nós vamos falar um pouco sobre algumas dessas tribos.

Para começar, o que é rock?

Rock é um termo abrangente que define o gênero musical popular que se desenvolveu durante e após a década de 1950. Suas raízes se encontram no rock and roll e rockabilly que emergiram e se definiram nos Estados Unidos.

O rock teve influências do blues, country, folk, gospel, jazz e até da música clássica. Todas estas influências foram combinadas em uma simples estrutura musical, baseada no blues que era rápido, dançável e pegajoso. Em sua “forma pura”, o rock tem três acordes, um forte e insistente contratempo e uma melodia cativante.

Os principais subgêneros do rock

No final da década de 1960 e início dos anos setenta, o rock desenvolveu diferentes subgêneros, como o folk rock, o blues-rock e o jazz-rock. Na década de 1970, gerou uma série de outros subgêneros, tais como o soft rock, o glam rock, o heavy metal, o hard rock, o rock progressivo e o punk rock. Já nos anos oitenta, os subgêneros que surgiram foram a New Wave, o punk hardcore e rock alternativo. E na década de 1990, os subgêneros criados foram o grunge, o britpop e o indie rock.

Para todos os subgêneros do rock observam-se características específica no estilo de vida dos grupos seus seguidores, os quais tendem adotarem comportamentos e visão de mundo influenciado pelos os artistas dos gêneros de rock que são adeptos.

Como muitos dos subgêneros do rock são oriundos de diversos países, o mesmo traz influencia da cultura local, por exemplo, os seguidores do Heavy Metal da Inglaterra tem um estilo de se vestir muito semelhante com o do Brasil e outra parte do mundo, mas o comportamento perante a sociedade dos ingleses é menos radical que dos brasileiros e outros lugares.

Comparando as características dos subgrupos dentro próprio rock, podemos observar uma diversificação nos estilo de vida. Dentro do estilo metal, existem divisões de estilo, tal como heavy metal, death metal black metal, doom metal e outros. A depender do estilo de rock que um grupo é seguidor é possível ver que uns tem as drogas como uma representatividade daquele estilo.

Os gêneros de fusão não são reconhecidos pelos metaleiros como metal. Outro gênero ligado ao heavy metal são o heavy rock e o hard rock, até mesmo pelo os estilos de vida que se diferenciam em alguns aspectos, como a filosofia de vida, como se apresenta na sociedade.


As tribos roqueiras.

São muitas para citarmos todas, mas selecionamos três vertentes do rock para falar um pouco do estilo dos grupos de pessoas que costumam ouvir esses sons .

   


Grunge

Rock grunge o estilo nasceu em Seatle, EUA, com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden, Silverchair. Os fãs desta tribo costumam andar totalmente descompostos, usam calções abaixo dos joelhos, camisas de flanela quadriculadas, tênis sujos, calças rasgadas. Eles defendem “o feio, o pobre, o sujo”, em oposição ao glamour.

Heavy metal

Heavy metalHeadbanger, metalhead ou metaleiros são termos utilizados para designar um fã do estilo musical heavy metal. A tribo surgiu no final da década de 60 e bandas como Faith No More, HIM, KISS, Cradle Of Filth, marcaram o estilo. Os adeptos dessa tribo costumam abusar do estilo chamado de old school, composto de casaco de gangue, camiseta preta de banda ou não, calças de gangue, acessórios opcionais como cinto, braceletes e pulseiras e tênis alto, geralmente branco. Em épocas frias, casacos de couro também fazem parte do vestuário.

Rock jazz e Rock blues rock bluesA tribo dos Mods pode representar bem os fãs desses estilos musicais. Eles ouviam ainda Soul, Ska jamaicano e rhythm and blues. O símbolo usado pelo movimento Mod é originário da pop art, e foi baseado no símbolo usado nos aviões da RAF durante a Segunda Guerra Mundial. A tribo nasceu em Londes no final da década de 50, a partir de bandas como Small Faces, The Who e The Yardbirds. A principal característica da tribo é o moderno, eles queriam estar por dentro de tudo que fosse moda. Utilizavam tipicamente scooters como meio de transporte, normalmente das marcas Lambretta ou Vespa. A vida social urbana dos adeptos era impulsionada, em parte, por anfetaminas.

Tribos jovens são mais comuns em grandes metrópoles, por esse motivo são chamadas de tribos urbanas, onde todos os movimentos de contra cultura são tribos urbanas, porém, nem todas as tribos urbanas são movimentos de contra cultura, e uma tribo jovem não é determinada necessariamente por sua ideologia política. A busca de identidade relacionada à escolha de uma tribo na qual melhor se encaixe com os seus conceitos e princípios são caracterizados como uma época de livre escolha e de acesso aberto a uma diversidade de identidades possíveis, onde para os jovens esta fase funciona como a busca de espaço e um rito para que se chegue à vida adulta. Muitas das tribos existentes não são vistas com bons olhos pela sociedade tendo que lidar com um preconceito estabelecido pelo modo de se vestir, de agir, de pensar, pois as pessoas julgam antes mesmo de conhecê-los.


A fala de um seguidor do rock.

"Não nos sentimos parte de nenhuma tribo, nos sentimos deslocados da sociedade e acabamos buscando um modo de se encontrar dentro dela, adquirir uma identidade própria por meio da música que é a ideia original do Rock'n roll. Daí nos juntou a pessoas que tem o mesmo ideal que o nosso e originamos as chamadas *tribos*, se são assim que vocês preferem chamar, de metaleiros."

Será que ocorrem influências?

“Sim”! Nossas influências vêm da ideologia do rock, pois o modo do metaleiros chamar a atenção vem por meio de protesto criando uma confusão no meio em que vivemos. É daí, que sai o modo de se vestir, o modo de pensar e nossas reações.

Mais é claro que eu não posso deixar de citar a música, pois desde sempre o ser humano usa a música como modo de fugir da realidade ou de criticar algo/alguém. E com a gente não é “diferente.”

E a família como fica?

 "Como meu pai nunca esteve muito presente, tinha a minha mãe como responsável, e mesmo ela sendo muito ligada a igreja e com algum certo receio, ela nunca foi de querer mudar minha opinião em relação ao que eu ouço o que eu faço e ao que eu penso."

Preconceito: “Bom, as pessoas tinham sim, pela ideia do nosso modo de se vestir e agir em público”. Elas achavam que era coisa do demônio. Falavam pra gente ir pra igreja, procurar Deus. Até chegaram uma vez a perguntar se eu tinha alergia a crucifixo.

“Meus amigos que não eram roqueiros, eles sempre perguntavam pra mim, como minha mãe sempre ia à igreja, porque eu não ia, porque eu não seguia o mesmo rumo dela, e eu respondia sempre que tenho os meus ideais e que não é qualquer um que vai mudá-los”.

Quando questionado sobre os lugares que ele e sua tribo costumam frequentar e com que frequência costuma se encontrar, afirmou: "Antigamente no Gama tinha um galãozinho e nele ocorriam shows frequentemente, como hoje não tem mais, aí a gente se encontra todos os sábados à noite no *gramado do gama shopping*. E também vamos a shows, por exemplo, o porão do Rock, que é um dos mais tradicionais aqui do DF, e vários outros, principalmente shows que rolam na praça do relógio em Taguatinga de graça.

Agora a frequência com que nos encontramos, hum.. “Todos os dias, e com o pessoal que não temos muito contato, uma vez por semana, principalmente no sábado”.

E a sociedade como enxergar o grupo?

 "Acham que somos revoltados, rebeldes, que não temos nada pra fazer *arruaceiro*, tirando os endemoniados que eu já falei. Isso porque não conhece a nossa ideologia, o porquê que protestamos essas coisas."

E para encerramento do questionário perguntamos o que eles acham das outras tribos: “Bom, por onde eu começo, comecemos falando das tribos de hoje em dia, de ideologias fracas e os posers”. Não curtimos muito não, porque eles não trazem consigo a ideologia de antigamente, o que preocupa mais para eles é a *modinha*, eles seguem aquela tribo por eles acharem bonito. Ah tipo querer chamar a atenção. Queria mesmo saber é qual é a ideologia de um emo ou de um colorido verdadeira.

"Obs: Nada contra a pessoa se vestir de colorido, a menos que ela queira expressar alguma coisa com aquilo, um exemplo disso o Jimmy Hendrix e suas calças meio psicodélicas"

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