Introdução
Michel
Maffesoli nasceu em Graissessac, 14 de novembro de 1944, é um sociólogo
Francês, considerado como um dos fundadores da sociologia do quotidiano e
conhecido por suas análises sobre a pós-modernidade, o imaginário e, sobretudo
pela popularização do conceito de tribo urbana. Foi aluno de Gilbert Durand, é
professor da Université de Paris – Descartes ‒ Sorbone. Michel Mafessoli
construiu uma obra em torno da questão da ligação social comunitária e a
prevalência do imaginário nas sociedades pós-modernas. Para o autor o fenômeno
das tribos urbanas se constitui nas diversas redes, grupos de afinidades e de
interesses, laços de vizinhanças que estruturam nossas megalópoles. A expressão
“tribo urbana” foi cunhada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, que começou
usá-la nos seus artigos a partir de 1985, e a expressão ganhou força três anos
após a publicação do seu livro Le Temps des tribus: Le déclin de
l’individualisme dans les sociétés postmodernes.
O
individualismo é substituído pela necessidade de identificação com um grupo,
aspecto verificado na moda, por exemplo, e que é reforçado pelo desenvolvimento
tecnológico - televisão a cabo, computador, etc. Não se trata de uma nova
cultura, mas de sua transformação, como aspecto decisivo deste final de século.
O surgimento de grupos, de conjuntos musicais, esportivos e turísticos é
apontado como característica dessas 'nova' sociedade. 'O Tempo das Tribos'
trata a cultura não como uma consequência da sociedade, mas como um de seus
aspectos mais importantes, pois é por meio dela que os indivíduos se posicionam
socialmente.
O
princípio de individuação, de separação, estes, pelo contrário, são dominados
pela indiferenciação, pelo perder-se em um sujeito coletivo, o que ele chama de
(Maffesoli 2006, p.38), “neotribalismo” (Novo tribalismo, grifo meu), que
segundo o autor a sociedade é constituída por diversos tribalismos, que são
eles: esportivos, hedonistas, religiosos, musicais, tecnológicos, sendo uma
“comunidade emocional” ou “nebulosa afetiva” (p.39) que vai exprimir-se numa
sucessão de ambiências, de sentimentos, de emoções típico da sociedade moderna
de acordo com o ethos (éthos: conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no
âmbito do comportamento (instituições, afazeres...) e da cultura (valores,
idéias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou
região), comunitário. O tribalismo refere-se, a uma vontade de “estar junto”,
onde o que importa é o compartilhamento de emoções em comum.
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Fundamentos filosóficos
Descartes
(1596-1650) foi o primeiro filósofo moderno a escrever sobre a ética.
Na ética
antiga, o ethos é autônomo frente às aspirações do indivíduo, ao passo que na
ética cartesiana, o ethos é racionalizado por um sujeito pensante. Descartes
abre o caminho para o “eu pensante”. No Discurso do Método, desenvolve questões
que problematizam a reflexão ética “na proposição de uma morale par provision
como norma de vida”. Em Kant, a ética filosófica atinge o seu auge: parte da concepção
de um factum da moralidade, em que preconiza um sujeito individual, livre e
autônomo.
A “máxima” de seu postulado ético está no
imperativo categórico: “age de maneira que possas querer que o motivo que te
levou a agir se torne uma lei universal”. Para Hegel, “o Espírito é o indivíduo
que constitui um mundo tal como ele se realiza na vida de um povo livre”. O
ambiente social está constituído por uma Consciência que postula seus valores
normativos. Estes valores, compreendidos na autoconsciência, compõem os
elementos “ditos” para um indivíduo, ou seja, o Espírito circunscrito numa
dimensão social.
O pensamento iluminista
elege a “razão” como o grande instrumento de reflexão capaz de melhorar e
empreender instituições mais justas e funcionais. No entanto, se o homem não
tem sua liberdade assegurada, a razão acaba sendo tolhida por entraves como o
da crença religiosa ou pela imposição de governos que oprimem o indivíduo. A
racionalização dos hábitos era uma das grandes ideias defendidas pelo iluminismo.
Os iluministas
preocuparam-se em denunciar a injustiça, a dominação religiosa, o estado
absolutista e os privilégios enquanto vícios de uma sociedade que, cada vez
mais, afastava os homens do seu “direito natural” à felicidade.
A ORIGEM DO ROCK E AS TRIBOS
URBANAS
O rock é
um dos estilos musicais mais tocados e mais ouvidos em todo o mundo. Boa parte
dos clássicos da música é de bandas de rock. O que muita gente não sabe é que o
rock tem muitas vertentes diferentes. E para cada vertente há pessoas que
adaptam o ritmo aos seus estilos de vida. Por isso, hoje nós vamos falar um
pouco sobre algumas dessas tribos.
Para começar, o que é rock?
Rock é um termo abrangente que define o gênero musical popular que se
desenvolveu durante e após a década de 1950. Suas raízes se encontram no rock
and roll e rockabilly que emergiram e se definiram nos Estados Unidos.
O rock teve influências do blues, country, folk, gospel, jazz e até da música
clássica. Todas estas influências foram combinadas em uma simples estrutura
musical, baseada no blues que era rápido, dançável e pegajoso. Em sua “forma
pura”, o rock tem três acordes, um forte e insistente contratempo e uma melodia
cativante.
Os principais subgêneros do rock
No final da década de 1960 e início dos anos setenta, o rock desenvolveu
diferentes subgêneros, como o folk rock, o blues-rock e o jazz-rock. Na década
de 1970, gerou uma série de outros subgêneros, tais como o soft rock, o glam
rock, o heavy metal, o hard rock, o rock progressivo e o punk rock. Já nos anos
oitenta, os subgêneros que surgiram foram a New Wave, o punk hardcore e rock
alternativo. E na década de 1990, os subgêneros criados foram o grunge, o
britpop e o indie rock.
Para
todos os subgêneros do rock observam-se características específica no estilo de
vida dos grupos seus seguidores, os quais tendem adotarem comportamentos e
visão de mundo influenciado pelos os artistas dos gêneros de rock que são
adeptos.
Como
muitos dos subgêneros do rock são oriundos de diversos países, o mesmo traz
influencia da cultura local, por exemplo, os seguidores do Heavy Metal da
Inglaterra tem um estilo de se vestir muito semelhante com o do Brasil e outra
parte do mundo, mas o comportamento perante a sociedade dos ingleses é menos radical
que dos brasileiros e outros lugares.
Comparando
as características dos subgrupos dentro próprio rock, podemos observar uma
diversificação nos estilo de vida. Dentro do estilo metal, existem divisões de
estilo, tal como heavy metal, death metal black metal, doom metal e outros. A
depender do estilo de rock que um grupo é seguidor é possível ver que uns tem
as drogas como uma representatividade daquele estilo.
Os gêneros de fusão não são reconhecidos pelos
metaleiros como metal. Outro gênero ligado ao heavy metal são o heavy rock e o
hard rock, até
mesmo pelo os estilos de vida que se diferenciam em alguns aspectos, como a
filosofia de vida, como se apresenta na sociedade.
As tribos roqueiras.
São muitas para citarmos todas, mas selecionamos três vertentes do rock para
falar um pouco do estilo dos grupos de pessoas que costumam ouvir esses sons .
Grunge
Rock grunge o estilo nasceu em Seatle, EUA, com bandas como Nirvana, Pearl Jam,
Alice in Chains, Soundgarden, Silverchair. Os fãs desta tribo costumam andar
totalmente descompostos, usam calções abaixo dos joelhos, camisas de flanela
quadriculadas, tênis sujos, calças rasgadas. Eles defendem “o feio, o pobre, o
sujo”, em oposição ao glamour.
Heavy metal
Heavy metalHeadbanger, metalhead ou metaleiros são termos utilizados para
designar um fã do estilo musical heavy metal. A tribo surgiu no final da década
de 60 e bandas como Faith No More, HIM, KISS, Cradle Of Filth, marcaram o
estilo. Os adeptos dessa tribo costumam abusar do estilo chamado de old school,
composto de casaco de gangue, camiseta preta de banda ou não, calças de gangue,
acessórios opcionais como cinto, braceletes e pulseiras e tênis alto,
geralmente branco. Em épocas frias, casacos de couro também fazem parte do
vestuário.
Rock jazz e Rock blues rock bluesA tribo dos Mods pode representar bem os fãs
desses estilos musicais. Eles ouviam ainda Soul, Ska jamaicano e rhythm and
blues. O símbolo usado pelo movimento Mod é originário da pop art, e foi
baseado no símbolo usado nos aviões da RAF durante a Segunda Guerra Mundial. A
tribo nasceu em Londes no final da década de 50, a partir de bandas como Small
Faces, The Who e The Yardbirds. A principal característica da tribo é o moderno,
eles queriam estar por dentro de tudo que fosse moda. Utilizavam tipicamente
scooters como meio de transporte, normalmente das marcas Lambretta ou Vespa. A
vida social urbana dos adeptos era impulsionada, em parte, por anfetaminas.
Tribos jovens são mais
comuns em grandes metrópoles, por esse motivo são chamadas de tribos urbanas,
onde todos os movimentos de contra cultura são tribos urbanas, porém, nem todas
as tribos urbanas são movimentos de contra cultura, e uma tribo jovem não é
determinada necessariamente por sua ideologia política. A busca de identidade
relacionada à escolha de uma tribo na qual melhor se encaixe com os seus
conceitos e princípios são caracterizados como uma época de livre escolha e de
acesso aberto a uma diversidade de identidades possíveis, onde para os jovens
esta fase funciona como a busca de espaço e um rito para que se chegue à vida
adulta. Muitas das tribos existentes não são vistas com bons olhos pela
sociedade tendo que lidar com um preconceito estabelecido pelo modo de se
vestir, de agir, de pensar, pois as pessoas julgam antes mesmo de conhecê-los.
A fala de um seguidor
do rock.
"Não nos sentimos parte de nenhuma tribo, nos sentimos deslocados
da sociedade e acabamos buscando um modo de se encontrar dentro dela, adquirir
uma identidade própria por meio da música que é a ideia original do Rock'n
roll. Daí nos juntou a pessoas que tem o mesmo ideal que o nosso e originamos
as chamadas *tribos*, se são assim que vocês preferem chamar, de
metaleiros."
Será que ocorrem
influências?
“Sim”! Nossas influências vêm da ideologia do rock, pois o modo do metaleiros
chamar a atenção vem por meio de protesto criando uma confusão no meio em que
vivemos. É daí, que sai o modo de se vestir, o modo de pensar e nossas reações.
Mais é claro que eu não posso deixar de citar a música, pois desde
sempre o ser humano usa a música como modo de fugir da realidade ou de criticar
algo/alguém. E com a gente não é “diferente.”
E a família como
fica?
"Como meu pai nunca esteve
muito presente, tinha a minha mãe como responsável, e mesmo ela sendo muito
ligada a igreja e com algum certo receio, ela nunca foi de querer mudar minha
opinião em relação ao que eu ouço o que eu faço e ao que eu penso."
Preconceito: “Bom, as pessoas tinham sim, pela ideia do nosso modo de se
vestir e agir em público”. Elas achavam que era coisa do demônio. Falavam pra
gente ir pra igreja, procurar Deus. Até chegaram uma vez a perguntar se eu
tinha alergia a crucifixo.
“Meus amigos que não eram roqueiros, eles sempre perguntavam pra mim,
como minha mãe sempre ia à igreja, porque eu não ia, porque eu não seguia o
mesmo rumo dela, e eu respondia sempre que tenho os meus ideais e que não é
qualquer um que vai mudá-los”.
Quando questionado sobre os lugares que ele e sua tribo costumam
frequentar e com que frequência costuma se encontrar, afirmou:
"Antigamente no Gama tinha um galãozinho e nele ocorriam shows
frequentemente, como hoje não tem mais, aí a gente se encontra todos os sábados
à noite no *gramado do gama shopping*. E também vamos a shows, por exemplo, o
porão do Rock, que é um dos mais tradicionais aqui do DF, e vários outros,
principalmente shows que rolam na praça do relógio em Taguatinga de graça.
Agora a frequência com que nos encontramos, hum.. “Todos os dias, e com
o pessoal que não temos muito contato, uma vez por semana, principalmente no
sábado”.
E a sociedade como enxergar
o grupo?
"Acham que somos revoltados,
rebeldes, que não temos nada pra fazer *arruaceiro*, tirando os endemoniados
que eu já falei. Isso porque não conhece a nossa ideologia, o porquê que protestamos
essas coisas."
E para encerramento do questionário perguntamos o que eles acham das
outras tribos: “Bom, por onde eu começo, comecemos falando das tribos de hoje
em dia, de ideologias fracas e os posers”. Não curtimos muito não, porque eles
não trazem consigo a ideologia de antigamente, o que preocupa mais para eles é
a *modinha*, eles seguem aquela tribo por eles acharem bonito. Ah tipo querer
chamar a atenção. Queria mesmo saber é qual é a ideologia de um emo ou de um
colorido verdadeira.
"Obs: Nada contra a pessoa se vestir de colorido, a menos que ela
queira expressar alguma coisa com aquilo, um exemplo disso o Jimmy Hendrix e
suas calças meio psicodélicas"